O Modernismo Brasileiro vem sendo revisitado de maneira intensa na última década. Várias têm sido as trilhas desse “repensar”, que tem sido muito atravessado pelos desejos sociais de compreender melhor não apenas o passado mas sobretudo a escrita que sobre o passado foi realizada, estabelecendo uma História que, em todos os campos vem sendo redimensionada.
Assim, a hegemonia paulista vem sendo questionada e uma série de pesquisas busca retraçar “os modernismos” que convergiram para a famosa semana de fevereiro de 1922. Também no que diz respeito às individualidades, há anseios traduzidos em pesquisas, livros e produções artísticas que buscam questionar a presença/ausência de um número maior de mulheres, de intelectuais negros, de indígenas.
Essas “vozes” começam a ser buscadas e sua “escuta” ainda está em seus inícios mais existe e precisa ser considerada para o projeto de um Clube de Leitura que vai enveredar pela História da Semana de Arte Moderna de 1922.
Neste mês com a leitura do livro “Cobra Norato”, de Raul Bopp. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016.
Sinopse Cobra Norato situa o autor como um dos maiores escritores de nosso país, que influencia até hoje, os caminhos da cultura nacional Obra emblemática do movimento modernista no Brasil, Cobra Norato reconta a lenda amazônica cujo mote é a história de uma índia que engravida do Cobra Grande ao se banhar entre o rio Amazonas e o Trombetas. Um livro essencial da primeira fase do modernismo, poema cativante e já inserido no conjunto de clássicos da literatura nacional.
Susana Ventura é Doutora em Letras pela USP, trabalha para o SESC SP desde 2007 em projetos de literatura, fez curadorias para o Museu da Língua Portuguesa, Casa das Rosas, entre outros. Conduziu reuniões dos clubes de Leitura do SESC Carmo, SESC Vila Mariana, SESC Consolação entre 2009 e 2019. Ministrou o curso “Lendo Mia Couto” no SESC Santo Amaro em 2020. Tem 40 livros publicados na área de literatura e teve seu trabalho reconhecido pelos Prêmios Jabuti e Glória Pondé da Biblioteca Nacional.