O que significa procurar os vários Brasis em 2022? De 28 de junho a 7 de julho, o Sesc Pinheiros realiza o seminário “Brasis – Territórios Dissonantes”, com a proposta de revisitar e atualizar, de uma perspectiva crítica e provocativa, as narrativas em torno da construção de nossa identidade e os cruzamentos históricos entre dois eventos tão relevantes para o Brasil atual: os cem anos da Semana de Arte Moderna de 1922 e os duzentos anos da Declaração de Independência do Brasil.

A programação é formada por mesas, conferências e intervenções artísticas e integra a ação em rede “Diversos 22: projetos, memórias, conexões”, desenvolvida pelo Sesc São Paulo.

PROGRAMAÇÃO – 29 DE JUNHO

18h às 19h30 – ENCONTRO: DEFENDER OS MORTOS E ANIMAR OS VIVOS
Resistências da arte à violência colonial contemporânea
Com Moacir dos Anjos | Mediação: Sesc
Reinterpretação e reinvenção de imagens do Brasil do século XIX na produção de arte contemporânea.

Moacir dos Anjos é pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, onde coordena o projeto de exposições Política da Arte. Foi diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (2001-2006) e pesquisador visitante no centro de pesquisa Transnational Art, Identity and Nation, University of the Arts London (2008-2009). Foi curador, entre outras Mostras, do pavilhão brasileiro (Artur Barrio) na 54ª Bienal de Veneza (2011) e curador da 29ª Bienal de São Paulo (2010). É autor dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (2005), ArteBra Crítica (2010) e Contraditório

20h às 20h15 – ABERTURA-MANIFESTO: SA(N)GRADO
Coletivo Há-Manas (Tânia Granussi, Branca Gonzaga e Esther Antunes) | Mediação: Sesc
Em parceria com as artistas Branca Gonzaga e Esther Antunes, realiza uma performance com o texto “O mundo é o meu trauma” de Jota Mombaça.

Tânia Granussi, 50, mulher trans, PCD visual, orientadora de artes cênicas formada pela Unicamp. Foi atriz na Cia Os Satyros, Os Fofos, Cia da Tribo. Atuou no Sesi-SP, SP Escola de Teatro e atualmente é artista orientadora do Programa Vocacional e professora convidada para o processo seletivo das turmas da EAD-USP. É idealizadora do Coletivo Há-Manas.
Esther Antunes é atriz, diretora e professora de teatro.

20h15 às 22h – MESA: ENTRE TRÊS BRASIS (1822, 1922 E 2022)
Com Lilia Schwarcz e Gênese Andrade | Provocação: Jeferson Tenório
Quais os pontos de aproximação e divergência entre os Brasis da Independência, da Semana de Arte Moderna e da atualidade? Se por um lado, verifica-se a continuidade dos processos excludentes e violentos de nossa formação socioeconômica, como pensar as rupturas e conquistas sociais do último século?

Lilia Schwarcz é antropóloga, historiadora, professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton. É colunista do Nexo Jornal e Curadora-Adjunta de Histórias do Masp. Rafael Cardoso é historiador da arte, membro do Programa de PósGraduação em História da Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisador associado à Universidade Livre de Berlim. É autor de vários livros sobre história da cultura, da arte e do design no Brasil, entre eles “Modernidade em preto e branco: arte e imagem, raça e identidade no Brasil, 1890-1945” (Companhia das Letras, 2022).

Gênese Andrade é doutora em Literatura Hispano-americana pela USP, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Unicamp. Professora universitária, pesquisadora e tradutora, é autora de Pagu/ Oswald/ Segall (2009), Vicente do Rego Monteiro (2013) e Artistic Vanguards in Brazil, 1917-1967 (Oxford Research Encyclopedia of Latin American History, 2019). Organizadora de Oswald de Andrade, Feira das Sextas (2004), Modernismos 1922-2022 (2022) e de Correspondência Mário de Andrade & Oswald de Andrade (no prelo). Coordenadora editorial, com Jorge Schwartz, da edição atual da obra de Oswald de Andrade (Companhia das Letras).

Jeferson Tenório é doutor em teoria literária pela PUCRS. Estreou na literatura com o romance O beijo na parede (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. É autor também de Estela sem Deus (2018). O avesso da pele (2020) é seu romance mais recente, publicado pela editora Companhia das Letras.

Sobre o projeto Diversos 22 Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário “Diversos 22: Levantes Modernistas”, e encerra-se em dezembro de 2022.