O Universidade Aberta é um projeto educativo, artístico e cultural, que é realizado desde o ano de 2008 pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) com a proposta de extensão com a comunidade e de estabelecer reflexões sobre temas importantes para a atualidade. A edição de 2022 foi realizada na semana de 23 a 27 de maio com o apoio do Instituto Ideia Cultura e Pesquisa e do Sesc, trazendo para o centro do debate a ocasião comemorativa de importantes marcos históricos, como os 200 anos da Independência do Brasil em 1822 e dos 100 anos da Semana de Arte Moderna em 1922.
As reflexões perpassaram os aspectos transversais que determinaram estes importantes contextos históricos nacionais, desde a emancipação, autonomia e independência do Brasil, até a valorização da cultura e identidade nacional do movimento modernista, para dialogar com arte e ciência, os desdobramentos, reflexos e contribuições destes marcos históricos e movimentos dos últimos 200 anos, e sobre os desafios para o desenvolvimento nacional em nosso tempo, marcado pela tecnologia e inovação, que alicerçam e mediatizam as relações e os movimentos da sociedade contemporânea nas eras da informação e do conhecimento.
O evento foi composto de atividades como exposição artística, palestras, um seminário, contação de histórias, um sarau, apresentação da banda musical Epifolias, entre outras atividades. Trazemos aqui neste artigo alguns registros realizados no dia 23 de maio durante as atividades de abertura e também no bate-papo “Modernismo e a formação: presenças e ausências do popular” que foi realizado na unidade do Sesc São Caetano no dia 27 de maio seguido pelo show do grupo Epifolias.
Apresentamos no vídeo a seguir alguns trechos das atividades de abertura e uma pequena entrevista realizada com os professores Joaquim Celso Freire e Ricardo Carvalho de Almeida, que participaram da criação e organização do evento. No site do Universidadfe Aberta é possível assistir na íntegra os registros das mesas de debate. Acesse em: https://hotsites.uscs.edu.br/universidade-aberta
Modernismo e a formação: presenças e ausências do popular
Os diversos modernismos brasileiros propuseram projetos e identidades do que é o Brasil, a partir das ideias de “formação da nação”. Quais as presenças e ausências dos projetos? Como pensar uma perspectiva a contrapelo dos que ficaram “fora da formação”? Estas foram algumas das reflexões propostas no bate-papo “Modernismo e a formação: presenças e ausências do popular”, que contou com a presença de Gênese Andrade, Helena Silvestre e Mauricio Trindade Silva. Entrevistamos os participantes do bate-papo para nos contarem um pouquinho mais das reflexões que foram elaboradas durante este encontro.
Gênese Andrade é doutora em Literatura Hispano-americana pela USP, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Unicamp. Professora da Faap, pesquisadora e tradutora, é autora de Pagu/ Oswald/ Segall (2009), Vicente do Rego Monteiro (2013) e Artistic Vanguards in Brazil, 1917-1967 (Oxford Research Encyclopedia of Latin American History, 2019) e organizadora de Oswald de Andrade, Feira das Sextas (2004) e de Correspondência Mário de Andrade & Oswald de Andrade (no prelo). É coordenadora editorial, com Jorge Schwartz, da edição atual da obra de Oswald de Andrade (Companhia das Letras).
Helena Silvestre é escritora afroindígena nascida na periferia da região metropolitana de São Paulo, é militante das lutas por moradia e território. Coeditora da revista Amazonas no Brasil, é também educadora popular na Escola Feminista Abya Yala, em São Paulo.
Mauricio Trindade da Silva é gerente adjunto do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo e doutor em sociologia da cultura (USP).
Esta atividade também fez parte do projeto Diversos 22 promovido pelo Sesc São Paulo, iniciativa que oferece seminários e cursos, programas musicais e audiovisuais, exposições artísticas e documentais, espetáculos em diferentes linguagens, publicações e reedições de obras literárias. Esse conjunto, que tem início em 2021 e se estende por 2022, baseia-se na convicção de que as experiências estéticas e reflexivas propiciadas pelos repertórios modernistas brasileiros favorecem o desenvolvimento das capacidades sensíveis, críticas e historicamente informadas daqueles a quem cumpre participar da construção do futuro do país: as brasileiras e os brasileiros.