E se você pudesse mergulhar nas celebrações da Semana de Arte Moderna de 1922 sem sair de casa? Além da vasta e diversa programação que o Sesc São Paulo tem preparado para comemorar e propor reflexões sobre o Centenário da Semana de 1922, é possível aproveitar uma variedade de conteúdos sob demanda, disponíveis gratuitamente na plataforma Sesc Digital e no SescTV.
O acervo de conteúdo do Sesc SP conta com espetáculos, palestras, cursos, web séries e muitas curiosidades sobre nomes, histórias e lugares que marcaram um dos mais importantes movimentos artísticos do país para você degustar a seu tempo e de onde estiver. Dá só uma olhada na seleção que preparamos e aproveite!
Música
Toda Semana: Música e Literatura na Semana de Arte Moderna é um conjunto de quatro CD's que reúne pela primeira vez as obras que foram apresentadas nos três dias da Semana de Arte Moderna de 1922. O conteúdo se complementa com trechos de conferências e poemas lidos durante a semana e que igualmente carecem de divulgação.
Nos 90 anos da Semana de Arte Moderna, o Theatro Municipal de São Paulo realizou o Especial Musical - Caio Pagano e Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. Neste programa, você assiste à apresentação do pianista Caio Pagano e a participação especial do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, com um repertório que teve obras de Debussy - "La Soirée dans Grenade" e "Minstrel"; Villa-Lobos - "O Ginete do Pierrozinho" executadas por Guiomar Novaes (1894-1979) durante a Semana de Arte Moderna.
Dança
Voltado para o público jovem e infantil, o espetáculo Vila Tarsila, da Cia Druw, explora o universo da artista plástica Tarsila do Amaral. A coreógrafa e bailarina Miriam Druwe, responsável pela direção geral, concepção e criação, brinca tanto com dados biográficos da pintora quanto com traduções cênicas de alguns elementos de suas obras, como o Abaporu, que vira um personagem preguiçoso e, ao final, sai dançando pelo palco. O roteiro e a direção cênica são de Cristiane Paoli Quito.
Arquitetura
A série Coleções, do SescTV, constrói breves retratos dos mais variados temas da cultura e da história brasileiras. No episódio Palcos Brasileiros, passamos pelo tapete vermelho do Theatro Municipal de São Paulo e chegamos ao palco que abrigou a Semana de Arte Moderna de 1922 e grandes nomes da arte mundial. Inaugurado em 1911 pelos arquitetos Ramos de Azevedo, Clovis Rossi e Domiziano Rossi, o teatro tem em sua história uma série de curiosidades. Descubra aqui!
Literatura
O Super Libris, um programa que fala sobre literatura brasileira, preparou biografias de nomes importantes do movimento modernista. Em vídeos curtos, você conhece a trajetória de Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Manuel Bandeira.
O Super Libris também garante um passeio virtual pela Biblioteca da Casa Guilherme de Almeida, em São Paulo, que possui um acervo de 5 mil exemplares para consulta e congrega as primeiras edições de obras importantes do começo do século XX. Guilherme de Almeida foi um poeta renomado em sua época, caiu no esquecimento, mas a sua biblioteca foi preservada e hoje funciona na própria casa onde ele morou. Vem ver!
Em A São Paulo de Mário de Andrade, o escritor Mário de Andrade nos leva a um roteiro afetivo pela capital paulista a partir de sua obra, em especial com o poema “Quando eu morrer”, que destaca locais como o Pateo do Collegio, a rua Aurora e a Catedral da Sé.
Publicado em 1927, o livro Brás, Bexiga e Barra Funda, de Alcântara Machado, é um clássico da primeira fase do Modernismo. Ele reflete o cotidiano da população pobre, majoritariamente italiana, que habitava São Paulo naquela época. Esta palestra aborda o autor e o contexto de produção do seu livro, passa pelo enredo e suas histórias e finaliza com uma recuperação da história da imigração italiana para o Brasil, para o estado e para a cidade de São Paulo.
E para quem quiser conhecer mais sobre o movimento antropofágico, representante do modernismo no final da década de 1920, a dica é a extensa reportagem da Revista E, Arte e Devoração, de junho de 2007.
Cursos e palestras
A plataforma Sesc Digital abriga um acervo com palestras, cursos e outros materiais com um olhar mais profundo para a Semana de Arte Moderna de 1922 que, ao longo dos anos, foi sendo ressignificada, reinventada, mitificada, apropriada para atender aos mais diversos interesses pessoais ou coletivos.
Lá você encontra o seminário Semana de 22: olhares críticos, que pretende reavaliar criticamente o legado da Semana, a partir de múltiplos ângulos interpretativos: artístico, histórico, memorialístico, sociológico, político etc.
A palestra Gestão Cultural - Paulo Prado: Política e Ideologia no Modernismo apresenta e discute a dimensão ideológica e política intrínseca ao pensamento de Paulo Prado, o organizador da Semana de Arte Moderna. Líder político, grande empresário do café, o historiador Paulo Prado leva às últimas consequências a relação entre arte, literatura e interesses da oligarquia rural paulista.
Embora a literatura brasileira conte, em vários momentos, com exemplos expressivos da expressão erótica – tais como os de Gregório de Matos, Bernardo Guimarães ou Gilka Machado –, talvez se possa dizer que tal vertente só ganha legitimidade entre nós a partir da Semana de 22, com o surgimento do Modernismo. Do deboche escatológico de Oswald de Andrade à erótica requintada de Manuel Bandeira, o que se percebe a partir de então é a consolidação de um veio literário que tem seus pontos altos tanto na dicção cômica, de veio paródico, quanto na elegíaca, que demarca seu polo oposto. O curso Contextos - A Erótica Literária Brasileira apresenta um roteiro da erótica literária brasileira, tendo em vista um balanço de sua produção e uma discussão de suas linhas de força. Aborda algumas das principais figuras de pensamento e formas de criação que compõem a expressão escrita da sexualidade no país do século XVII até os dias de hoje.
No artigo O Lado Oposto e os outros Lados, de 1926, Sérgio Buarque de Holanda expõe suas distâncias tanto em relação ao tradicionalismo quanto em relação aos seus próprios confrades modernistas, sobretudo aqueles que se engajavam numa concepção orgânica e intelectualista da cultura brasileira, supondo que uma arte de expressão nacional nasceria apenas da imposição de uma ordem ou hierarquia “que estrangulassem de vez este nosso maldito estouvamento de povo moço e sem juízo”.
Já o curso Contextos - Música e Modernismo no Brasil discute como a geração modernista, liderada por Mário de Andrade, buscou uma interpretação da história da música brasileira ao olhar para nosso passado com as lentes de quem desejava criar uma música nacional. Ao mesmo tempo, revela que tipo de música foi produzida a partir da primeira metade do século XX e de que forma ela está relacionada com os pressupostos dos modernistas.
A música também é o tema do especial Perspectivas - Mário de Andrade e a Música. Os encontros falam sobre a produção literária do escritor e a etnomusicologia.
Discutir os impasses que marcaram o processo de criação e consolidação das Universidades públicas no Brasil desde a época da Independência até a atualidade é a proposta do seminário O Destino Não-Manifesto: Projetos de Universidade para o Brasil em Três Tempos. Os dilemas a serem enfrentados na próxima década para que a educação superior universitária se torne efetivamente um horizonte possível para a grande maioria da população brasileira também permeiam os debates.
Os impactos da modernidade, ou melhor, da contemporaneidade no paisagismo estão na apresentação Paisagismo, modernismo e ideologia, que discute o quadro desta nova atuação paisagística e o processo que a definiu.
E não se esqueça: o Diversos22 – Projetos, Memórias, Conexões, ação em rede do Sesc SP que celebra dois marcos na história do Brasil (Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e Bicentenário da Independência do Brasil) se estende ao longo do ano com seminários e cursos, programas musicais e audiovisuais, exposições artísticas e documentais, espetáculos em diferentes linguagens, publicações e reedições de obras literárias.
Fique por dentro da programação em www.sescsp.org.br/diversos22.